16 de mai. de 2012

Moto foi feita para fazer curvas

Segue reportagem bem interessante da revista Motonline sobre como fazer curvas com sua moto.

Moto foi feita para fazer curvas

Corpo reto e moto inclinada; curvas mais fechadas
Corpo reto e moto inclinada; curvas mais fechadas

Será que este título faz jus à nossa amiga moto? Você já escutou alguns dizerem que moto foi feita para cair? Tem até gente famosa e inteligente que acredita nisso. Mas isso não é verdade. Moto foi feita para andar pra frente e fazer curvas. Só que ela exige a sua participação.
Quantas vezes já aconteceu com você enquanto pilota, a seguinte situação: ao fazer uma curva sua motocicleta “sai” para o lado oposto da mesma? Aposto que isso é mais comum do que se possa imaginar. Muitos pilotos dizem que a moto “esparrama” para fora da curva. Ou seja, ao contornar uma esquina, uma rotatória ou mesmo curvas em estradas sinuosas, a moto “abre” e a sensação do piloto é que não conseguirá completar a trajetória. Você faz o maior esforço para trazer a moto para dentro da curva, mas parece que ela não obedece a suas ordens. Porque isto acontece?
São vários os fatores: ciclística da moto, força centrífuga, efeito giroscópico das rodas, contra-esterço, além dos fatores humanos: direção do olhar, medo de inclinar a moto, postura; em resumo é o seguinte: em todas estas razões, há um fator comum: o despreparo do piloto. Não quero dizer aqui que você não sabe fazer curvas, mas fazê-las corretamente sem arriscar-se é a preocupação. Você até faz as curvas normalmente e nada acontece. Mas se você for um pouco além do seu limite (ou o da moto), o preparo poderá tirá-lo da situação difícil. Caso contrário, é chão na certa.


Corpo inclinando junto com a inclinação da moto; curvas abertas em médias velocidades
Corpo inclinando junto com a inclinação da moto; curvas abertas em médias velocidades

Este artigo é o primeiro de uma série sobre como fazer curvas com sua moto. Neste primeiro vamos nos concentrar em dois fatores: POSTURA DO PILOTO e FORÇA CENTRÍFUGA.
Isaac Newton nos ensinou que “toda ação possui uma reação contrária a essa ação”. FORÇA CENTRÍFUGA significa “fuga do centro”. É mesmo, Newton tem razão. Quando o piloto entra nas curvas (ação) a moto sai para o lado oposto da curva (reação). Isto é fato! Mas tem um jeitinho de neutralizar essa lei da física. Nos carros, basta girar o volante, as rodas giram e o atrito faz com que o carro vá na direção desejada. Então tá, na moto é só virar o guidão na direção da curva e tudo bem? Não é assim tão simples.
O piloto, além de virar o guidão, é necessário inclinar a motocicleta para o lado da curva. Dependendo da velocidade, essa inclinação será maior ou menor.  E se a velocidade for alta, a inclinação será para o mesmo sentido da curva e o guidão para o lado oposto da curva. Esta atitude do piloto neutraliza a força que joga a moto para fora. Mas vamos primeiro analisar algumas posturas que o piloto deve ter ao contornar curvas em vias sinuosas.


Corpo mais inclinado que a moto; curvas rápidas e de alta velocidade
Corpo mais inclinado que a moto; curvas rápidas e de alta velocidade

Não existe uma regra rígida para que o piloto se encaixe na moto pois precisamos considerar o conceito (ou modelo) de sua motocicleta. Mas há algumas posturas que facilitam ao piloto realizar as curvas. Por exemplo: piloto inclinando com seu corpo na mesma inclinação da moto. Esta postura é a mais comum. Curvas abertas, com velocidades médias a moto realiza a trajetória com certa facilidade.
Piloto com maior inclinação do corpo do que a moto. Esta postura é exigida quando a velocidade nas curvas é alta. Sabemos que quanto maior a velocidade, maior será a necessidade de inclinação. Esta necessidade fará com que o piloto dê muita força corporal para se manter na curva. Para não se esforçar tanto, a técnica do contra esterço será muito útil (e necessária). Calma! CONTRA ESTERÇO falaremos mais tarde, em outro artigo (tenho certeza que você já pratica esta técnica sem perceber).


Corpo deslocado para dentro da curva; força para contornar a curva com segurança
Corpo deslocado para dentro da curva; força  para contornar  a curva com segurança


A outra postura é piloto com o corpo reto e a moto mais inclinada do que o corpo. Muito interessante esta postura.  Imagine você entrando em uma curva aberta com a inclinação de seu corpo junto com a inclinação da moto. De repente esta curva se fecha, a moto sai para o lado oposto. Você precisa urgentemente se manter na trajetória. Frear? NÃO! Então mude de postura. Mantenha a moto inclinada e deixe seu corpo reto. Incrível, a moto lhe obedecerá e você realizará a curva em segurança.
Portanto, neutralizar a força centrífuga dependerá de sua postura e da inclinação que fará com a moto. Eu creio que podemos ter a moto como uma parceira, ou parceiro, de dança. Dependendo do ritmo da música seu corpo mexe os ombros. Se a música mudar de ritmo, teu corpo mexe o quadril. Mas independente do tipo de música, seus braços estão sempre se mexendo. Dance com sua moto nas curvas. Mexa os ombros ou o quadril conforme o “ritmo” das curvas mudar. Mas se não mexer os braços no guidom de sua parceira, a dança será difícil de ser completada.
Bem, não terminou aí. No próximo artigo falaremos da ciclística de sua moto, onde você não terá mais aquele receio da inclinação de sua motocicleta e do olhar para o final da curva. Aguardem.

Fonte: Texto e fotos: Carlos Amaral - Instrutor de pilotagem defensiva certificado pela Honda, instrutor de trânsito do Detran-SP na especialidade Direção Defensiva, palestrante da Porto Seguro Cia de Seguros Gerais, blogueiro e diretor operacional da Carlos Amaral Motorcycle Training

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Brasília, Distrito Federal, Brazil
Um grupo de colegas trabalhava no mesmo local, há muitos anos, até que nessas conspirações do destino lá estavam eles compartilhando o mesmo setor. Daí foi fácil descobrirem a paixão em comum: MOTO. Como o certo se escreve até sobre linhas tortas, sob a maturidade do momento o sonho foi então construído, surgindo aí o Moto Clube. O nome veio como inspiração – Abnegados. Tal condição era a que melhor traduzia o espírito do grupo – determinado, devotado. O escudo foi também uma escolha imediata. Assim, sempre guerreiro, surgiu o lema: “nem o fim é o limite” - temos sempre algo mais a fazer e as pedras no caminho podem até atrapalhar, mas jamais impedir o passo. E acreditem, tudo isso em um único dia: 10/10/2010. P.S. O coyote Willie pode até não agarrar o papa-léguas, mas é devotado e nunca vai desistir de concluir seu plano.